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Sobe para 30 o número de municípios infestados pelo mosquito Aedes aegypti em Santa Catarina

Acúmulo de entulho com água parada é um dos principais criadores do mosquito - Foto: Reprodução

Publicado em 02/03/2016

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) da Secretaria de Estado da Saúde divulgou nessa terça-feira, 1º de março, o boletim n° 8 de dengue, zika e chikungunya, com dados referentes ao período de 1º de janeiro a 27 de fevereiro (Semana Epidemiológica n° 8). O relatório inclui outros dois municípios na lista de infestados pelo mosquito: Quilombo (infestação localizada no Bairro Centro) e São José (infestação localizada no Bairro Santos Dumont).     

Atualmente, mais 28 municípios são considerados infestados pelo mosquito Aedes aegypti, tais como Anchieta, Balneário Camboriú, Chapecó, Cordilheira Alta, Coronel Freitas, Coronel Martins, Cunha Porã, Florianópolis, Guaraciaba, Guarujá do Sul, Itajaí, Itapema, Joinville, Maravilha, Nova Itaberaba, Novo Horizonte, Palmitos, Passo de Torres, Pinhalzinho, Planalto Alegre, Princesa, São Bernardino, São Lourenço do Oeste, São Miguel do Oeste, Serra Alta, União do Oeste, Xanxerê e Xaxim. A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos

No período de 1º de janeiro a 27 de fevereiro foram notificados 3.212 casos suspeitos de dengue. Desses, 764 (24%) foram confirmados pelo critério laboratorial, 1.275 (40%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 1.173 (36%) casos estão em investigação pelos municípios.

Do total de casos confirmados até o momento, 626 (82%) são autóctones, casos com transmissão dentro de Santa Catarina, 90 (12%) são importados, transmissão fora do Estado, e 48 (6%) estão aguardando definição do Local Provável de Infecção (LPI).  

O município de Pinhalzinho apresenta, até o momento, o maior número de casos autóctones (501) no Estado. A cidade intensificou os ciclos de visitas que consistem em ações de educação em saúde, eliminação de possíveis criadouros e aplicação de larvicida, quando recomendado. Além disso, foram realizados, de forma complementar, três ciclos de aplicação de inseticida a Ultra Baixo Volume (UBV) na área que concentrava a totalidade dos casos confirmados.

Os demais municípios com casos confirmados foram orientados pela Secretaria de Estado da Saúde a fazerem ações de bloqueio de transmissão e, caso seja um município considerado infestado, é orientado a fazer aplicação de inseticida UBV

Febre de Chikungunya

No período de 1º de janeiro a 27 de fevereiro de 2016, foram notificados 115 casos suspeitos de febre de chikungunya em Santa Catarina, todos permanecendo em investigação.

Febre do zika vírus

No período de 1º de janeiro a 27 de fevereiro de 2016 foram notificados 143 casos suspeitos de febre do zika vírus em Santa Catarina. Desses, 9 (7%) foram confirmados (8 pelo critério clínico-epidemiológico e 1 pelo critério laboratorial), 42 (29%) foram descartados e 92 (64%) permanecem em investigação.

Todos os casos confirmados são importados. Esses casos foram identificados em Braço do Norte, Brusque, Camboriú, Florianópolis, Ipuaçu, Videira e Xanxerê. Os prováveis locais de infecção foram os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe.

Orientações para evitar a proliferação do Aedes aegypti:

1. Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;

2. Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

3. Mantenha lixeiras tampadas;

4. Deixe os depósitos para guardar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

5. Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;

6. Trate a água da piscina com cloro e limpe uma vez por semana;

7. Mantenha ralos fechados e desentupidos;

8. Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

9. Retire a água acumulada em lajes;

10. Dê descarga no mínimo uma vez por semana em banheiros pouco usados;

11. Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

12. Evite acumular entulho, pois podem se tornar locais de foco do mosquito da dengue.

13. Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;

14. Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya o Zika vírus, procure uma unidade de saúde para atendimento.

O que é dengue?

É uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus. É transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Os sintomas da dengue são: febre, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações, dor retro-orbital (atrás dos olhos), e manchas vermelhas na pele.

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias numa cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da dengue e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

O que é febre de chikungunya?

É uma infecção viral causada pelo vírus chikungunya, que pode se apresentar sob forma aguda (com sintomas abruptos de febre alta, dor articular intensa, dor de cabeça e dor muscular, podendo ocorrer erupções cutâneas) e evoluir para as fases: subaguda (com persistência de dor articular) e crônica (com persistência de dor articular por meses ou anos). O nome da doença deriva de uma expressão usada na Tanzânia que significa "aquele que se curva".

Pessoas que estiveram nos últimos 14 dias em cidade com presença do Aedes aegypti ou com transmissão da febre de chikungunya e apresentar os sintomas citados devem procurar uma unidade de saúde para diagnóstico e tratamento adequado.

O que é febre do zika vírus?

É uma doença causada pelo vírus Zika (ZIKAV), transmitido pela picada do mesmo vetor da dengue, o Aedes aegypti, infectado. Pode manifestar-se clinicamente como uma doença febril aguda, com duração de 3-7 dias, geralmente sem complicações graves.

Segundo a literatura, mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas. Porém, quando presentes, a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia, edema periarticular e cefaleia. A artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.

Da redação