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Saques do FGTS inativo já movimentaram quase R$ 14 bilhões somente no pagamento de dívidas

Usar o dinheiro extra para cobrir despesas do dia a dia é escolha de 35% dos que têm direito ao benefício e somente 20% optam por investir ou poupar os recursos (Foto: Divulgação)

Publicado em 31/07/2017

O pagamento de dívidas segue como uma das principais prioridades dos trabalhadores que sacaram recursos inativos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço). Um estudo feito pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 35% dos trabalhadores usaram ou pretendem usar o dinheiro dessas contas para quitar compromissos em atraso e 5% para abater ao menos parte dessas pendências.

Segundo estimativa das duas entidades, até a segunda quinzena de julho, já foram injetados aproximadamente R$ 13,7 bilhões na economia levando em consideração apenas o pagamento de dívidas. E outros R$ 380 milhões ainda devem ser movimentados com essa finalidade nos próximos meses.

Outra estratégia também utilizada pelos entrevistados é aproveitar o dinheiro extra para antecipar o pagamento de contas não atrasadas, como crediário e prestações da casa ou do carro, mencionado por 12% dos entrevistados. Cobrir gastos do dia a dia é escolha de 35% dos que sacaram ou vão sacar recursos; comércio e serviços já movimentaram R$ 16,2 bilhões

De acordo com a pesquisa, 47% dos brasileiros usaram ou pretendem usar os recursos do FGTS para consumir. A maior parte (35%), contudo, é para cobrir despesas correntes do dia a dia. Apenas 7% dos entrevistados disseram que gastaram ou iriam gastar com produtos extras como roupas e sapatos e 3% na aquisição de smartphones. Investir ou poupar o dinheiro das contas inativas foi opção de 20%dos trabalhadores consultados.

“O fato de tantos consumidores usarem esse dinheiro extra para gastos frequentes do dia a dia é reflexo da dificuldade financeira do brasileiro que está com a renda menor. Fica o alerta para que o consumidor ajuste o seu padrão de vida para baixo, pois esse dinheiro extra é pontual e serve de alivio momentâneo”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Os setores do comércio e serviços já receberam R$ 16,2 bilhões oriundos das contas inativas do FGTS, estimam o SPC Brasil e a CNDL. E outros R$ 500 milhões ainda devem ser injetados via consumo, projetam as entidades.

28% dos brasileiros já realizaram saques, mas 15% não têm informações a respeito

De acordo com a pesquisa, 28% dos brasileiros já sacaram o benefício. No total, 52% dos consumidores não têm dinheiro a resgatar o FGTS inativo, enquanto 15% desconhecem se têm direito ao saque ou nem mesmo sabiam que o governo havia liberado esses recursos.

O trabalhador que pediu demissão ou foi demitido por justa causa até dezembro de 2015 tem direito ao saque do fundo de garantia. Para descobrir se o consumidor será beneficiado por essa medida, ele deve consultar o site da Caixa Econômica Federal ou procurar qualquer agência física do banco. Caso não retire os recursos até a próxima segunda-feira, dia 31, o trabalhador só terá acesso a esse dinheiro quando for demitido sem justa, em caso de aposentadoria ou doenças graves e para comprar imóveis.

 

Da Redação