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Outubro Rosa em SC: ações incluem mutirão de reconstrução mamária e muita conscientização

Foto: Reprodução

Publicado em 03/10/2018

O diagnóstico e o tratamento precoces mudaram a imagem do câncer de mama, que deixou de ser uma sentença de morte. No entanto, a doença continua sendo a que mais mata mulheres no Brasil e o segundo tipo de tumor mais frequente – só perde para o câncer de pele não melanoma. Entre os motivos que explicam a alta mortalidade, está o diagnóstico tardio associado ao atraso no início do tratamento. Por isso, neste Outubro Rosa, com o tema +Acesso para Celebrar a Vida, a campanha  da  Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) chama a atenção sobre o principal gargalo que ocorre no país, que é a dificuldade de acesso das mulheres para conseguir atendimento desde o rastreamento para o diagnóstico precoce até o tratamento.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Santa Catarina, Cristiano Steil, o acesso das mulheres com alterações clínicas ou radiológicas precisa ser facilitado. “O incentivo à realização de exames, como a mamografia, é essencial, mas a luta não acaba aí. Sabemos que a partir do diagnóstico, o quanto antes a paciente der início ao tratamento, maiores serão as taxas de sobrevida e qualidade de vida”, destaca.

Conhecimento é essencial

Além do acesso, o conhecimento técnico-científico é outro fator que influencia no sucesso do tratamento do câncer de mama.  “ A informação científica de alto nível garante o diagnóstico precoce e tratamento adequados, evitando os danos que podem comprometer a longo prazo a qualidade de vida e bem estar das mulheres, como as mutilações e as sequelas do tratamento quimioterápico”, explica Cristiano.

Para isso, SBM/SC investe continuamente na promoção de eventos que aprimorem a formação dos especialistas envolvidos no tratamento de doenças das mamas e visando incentivar o conhecimento técnico-científico, a Sociedade criou o Clube da Mama. “Através de reuniões científica mensais, o projeto visa o debate sobre temas controversos referentes ao tratamento, trazendo  informação de alto nível.”

No entanto, além da teoria é preciso  valorizar a prática, através da estreita relação entre o mastologista e sua paciente no momento angustiante do diagnóstico. “O apoio e acolhimento neste momento de dor e fragilidade são decisivos para que elas encarem o tratamento com confiança e tranquilidade”, finaliza.

Voluntários realizam mutirão de reconstrução mamária em Santa Catarina

 Uma verdadeira força-tarefa vai fazer a diferença para a vida de 70 mulheres em Santa Catarina neste mês de outubro. À espera de uma reconstrução mamária após terem passado pela retirada da mama inteira ou parcial, essas mulheres terão mais uma parte do tratamento concluído, de forma gratuita, através da iniciativa da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional de Santa Catarina (SBCP-SC) com apoio da Sociedade Brasileira de Mastologia – Regional Santa Catarina (SBM-SC) e Conselho Regional de Fisioterapia (Crefito) até o final deste mês. 
 
O mutirão #juntosomosmaisfortes contará com 130 voluntários nesta ação que ocorrerá em sete cidades catarinenses, Florianópolis, Blumenau, Criciúma, Chapecó, Lages, Jaraguá do Sul e Joinville, a maioria em hospitais privados, mas também em hospitais públicos do Estado. De acordo com o cirurgião plástico e coordenador do Departamento de Ações Sociais SBCP-SC, Raidel Deucher Ribeiro, o principal objetivo do mutirão é atender pacientes que estão na fila de espera por cirurgias de reconstrução de mamas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “São pacientes que passaram por cirurgia de tratamento do câncer, como a mastectomia e agora aguardam por essa etapa do tratamento. Além desse objetivo principal o mutirão como uma ação envolve a parte de informação à população, conhecer sobre essas possibilidades da cirurgia reparadora”, diz Deucher.
 
A reconstrução mamária para mulheres vítimas de câncer está assegurada pela Lei 12802/13 e segundo o cirurgião Raidel Deucher é parte primordial do tratamento do câncer de mama. “É quando a mulher pode falar que encerrou o ciclo relacionado à doença e se considerada plena - por inteiro, sem mais os estigmas relacionados à doença e que pode seguir a vida à diante. Isso é tão significativo e tão importante que existem leis e resoluções na ANS assegurando o direito a reconstrução de mama tanto pelo SUS quanto pelos planos de saúde”.
 
As pacientes participantes foram selecionadas de acordo com a lista de espera do SUS e seguem alguns critérios estabelecidos pela SBCP-SC como ordem de espera, condição de saúde e complexidade. A primeira fase do mutirão em Florianópolis já começou com palestras informativas para pacientes participantes. As cirurgias devem iniciar nesta sexta-feira, dia 5, no Hospital de Caridade. No sábado, dia 6, será na Casa de Saúde São Sebastião, com o doutor Henrique Müller. As cirurgias seguem por todo mês de outubro nas cidades participantes. 
Capacitação Médica e Palestras informativas
 
Essa fase do tratamento é importante não só para as pacientes, mas também para os seus familiares e os profissionais que atuarão no procedimento. Pacientes e familiares recebem toda a orientação através de encontros com a explicação de todos os passos da cirurgia de reconstrução mamária. Já os médicos recebem capacitação através de reuniões científicas, onde são discutidos os casos que serão trabalhados. A primeira reunião será neste final de semana com enfoque multidisciplinar entre Fisioterapia, Mastologia e Cirurgia Plástica. Haverá também uma palestra de encerramento com o Dr. Dráuzio Varella, aberta ao público mediante ingresso.

Da redação