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Esclareça mitos e verdades sobre a enxaqueca

Foto: Reprodução

Publicado em 15/05/2019

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 15% dos brasileiros sofrem de enxaqueca. Outro levantamento da Sociedade Brasileira de Cefaleia indica que 13 milhões de brasileiros sofrem com dores de cabeças diárias. O problema deve ser tratado com seriedade e pode estar associado à genética e a agentes precipitantes, tais como mudanças hormonais, estresse, dormir excessivamente ou insônia. 

Quem sente fortes dores de cabeça, muitas vezes, acaba se automedicando. Sem orientação de um especialista, o paciente acaba vivendo rodeado de dúvidas sobre os sintomas e tratamentos. E para auxiliar as pessoas que sofrem desse mal, confira as principais dúvidas sobre o que é mito e o que é verdade sobre as causas da enxaqueca:

Quem não dorme bem tem mais chances de sofrer com a enxaqueca. Verdade.
Após uma noite mal dormida é comum ficar irritado e com dor de cabeça, certo? O especialista explica que tanto o excesso quanto a falta de sono podem precipitar uma crise de dor de cabeça. De acordo com um estudo coreano, pessoas com insônia apresentam cerca de três vezes mais enxaqueca e quase o dobro de outras cefaleias, quando comparadas àquelas sem o distúrbio do sono.

As crianças estão livres da enxaqueca. Mito.
A dor de cabeça não é um incômodo exclusivo dos adultos. Pesquisas apontam que o problema atinge entre 3% e 10% das crianças e dos adolescentes. A dificuldade em descrever o que sente pode adiar o diagnóstico das crianças. Por isso, é recomendado que os adultos fiquem de olho no comportamento dos pequenos. Alteração no humor, ansiedade e problemas com alimentação podem ser sinais de enxaqueca, especialmente se os pais apresentarem a mesma doença.

Exercícios físicos são recomendados para quem sofre com a enxaqueca. Verdade.
Até o momento, estudos mostraram que o exercício físico reduz a intensidade das crises de dor de cabeça, sem, no entanto, reduzir a frequência com que elas ocorrem. O exercício físico deve ser encorajado para todos os pacientes, diante do potencial de prevenção da obesidade e de doenças cardiovasculares às quais os pacientes com enxaqueca estão mais propensos.

Glutamato monossódico causa enxaqueca. Mito.
O uso do glutamato monossódico na alimentação foi ligado à incidência de enxaqueca durante anos. Entretanto, o médico informa que a nova versão da Classificação Internacional das Cefaleias (ICHD-3, International Classification of Headache Disorders), que cita as substâncias que originam os sintomas de dor de cabeça e que foi divulgada no início de 2018, retirou o glutamato monossódico desta lista, derrubando mais um mito. Não há evidências de que glutamato monossódico possa causar cefaléia.

Dicas
Deve-se notar que os gatilhos podem ser diferentes para cada pessoa, justificando o fato de que nem todos melhoram da enxaqueca após inserir novos hábitos no dia a dia. É importante o acompanhamento de um especialista e algumas recomendações para ajudar na redução das crises de enxaqueca:

- Mantenha-se hidratado;

- Siga as recomendações médicas – evite a automedicação;

- Inclua a prática de exercícios físicos na sua rotina, sempre reconhecendo seus limites;

- Aposte em uma alimentação saudável;

- Mantenha as horas de sono reguladas.

Fonte:  José Henrique Silva, doutor em ciências médicas pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto