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Distúrbios do sono podem provocar doenças cardiovasculares

Foto: Reprodução

Publicado em 15/03/2019

Nesta sexta-feira, 15 de março, celebra-se o Dia Mundial do Sono. A gradativa redução nas horas de sono da população, em função do excesso de atividades do dia-a-dia, pode afetar não só o equilíbrio emocional ou a capacidade de raciocínio e aprendizagem do indivíduo, mas também a sua saúde cardíaca.

O sono é um período importante para o reestabelecimento do nosso organismo. Dormir bem ajuda, por exemplo, na produção de anticorpos contra as mais diversas doenças, fortalecendo o nosso sistema imunológico. Por isso, reduzir o tempo em que dormimos afeta significativamente os processos fisiológicos que ocorrem durante o sono.

Para que uma pessoa viva de maneira saudável é preciso que ela tenha, no mínimo, sete horas de sono por dia. Dormir menos do que isso pode ocasionar prejuízo cardiovascular com o passar do tempo, já que favorece o surgimento de doenças como hipertensão, diabetes e obesidade, o que aumenta o risco de infartos e AVCs.

“Quando dormimos há um momento de repouso do nosso sistema cardiovascular, no qual tanto a frequência cardíaca, quanto a pressão arterial são reduzidas. Esse processo é muito importante para a saúde do coração. Por essa razão é que diversos estudos mostraram que a privação do sono aumenta o risco de hipertensão arterial”, afirma o pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do HCor, Dr. Pedro Genta

Sono: quantidade e qualidade são igualmente importantes

Dormir em quantidade adequada pode não ser suficiente para começarmos o dia alerta e descansado. A apneia obstrutiva do sono é um distúrbio comum e fortemente associado ao ronco. A associação entre apneia do sono e privação do sono é frequente e perigosa, uma vez que ambas as situações estão associadas a maiores riscos cardiovasculares. Por isso, pessoas que tem ou já tiveram algum tipo de distúrbio cardiovascular como hipertensão, infarto ou AVC, precisam redobrar a atenção com doenças relacionadas ao sono e procurar tratamento o quanto antes.

Recuperando o sono perdido

É possível repor as horas de sono perdidas. Uma dica é estabelecer uma meta, procurando aumentar gradualmente o tempo de sono de 15 a 30 minutos por noite, a cada semana, por exemplo. Assim é possível combater o problema e, aos poucos, recuperar a saúde e a disposição. “Recuperar o tempo mínimo de sete horas de sono e tratar a apneia do sono é fundamental para a nossa saúde, sobretudo para quem tem hipertensão ou outras doenças cardiovasculares”, alerta o Dr. Genta.

Quando consultar um especialista em medicina do sono

Apresenta dificuldade para dormir ou para manter o sono, e não consegue descansar

Tem sonolência excessiva durante o dia e cochila facilmente

Ronca alto frequentemente e incomoda o parceiro

Tem comportamentos incomuns durante o sono

Sente incômodo nas pernas do tipo que piora no início da noite e melhora com a movimentação durante o dia.

Fonte: Dr. Pedro Genta, pneumologista do Serviço de Medicina do Sono do HCor