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Dia Mundial do Gato: Saiba como cuidar da saúde dos felinos

O hábito dos felinos esconderem sinais clínicos pode atrasar a detecção de doenças e comprometer o tratamento (Foto: Reprodução/Internet)

Publicado em 17/02/2022

Nesta quinta-feira, 17, é comemorado o Dia Mundial do Gato, data criada para exaltar a relação com esses animais, mas também para chamar a atenção aos cuidados com a saúde dos felinos. São inúmeras as precauções que esse pet requer, entre elas, a prevenção contra pulgas. Isso porque muitas pessoas acreditam que estes parasitas são ameaças apenas para os cães, é o que esclarece a médica-veierinária Bárbara Duarte. Outra questão relacionada à saúde dos gatos, é identificar quando eles estão com dor, já que eles costumam ser discretos quando sentem algum desconforto.

Segundo dados da pesquisa Radar Pet da Comissão de Animais de Companhia (COMAC), o número de gatos nos lares brasileiros cresceu três vezes mais do que o de cães. Por isso, de acordo com Barbara, é preciso se preocupar com a saúde dos felinos, já que, se eles estiverem saudáveis, toda a família, incluindo outras pessoas que tenham contato com eles, também estarão.

“Pulgas são um grande problema também para os felinos porque, além da coceira e irritação, podem ocasionar muitas doenças como dermatites, verminoses, além da Bartonelose que, quando transmitida aos humanos, é conhecida como a famosa Doença da arranhadura do gato”, explica a veterinária.

Você sabia?

Quando surge uma pulga no seu gato significa que cerca de 95% desses parasitas estão morando na sua casa! Além disso, para se ter ideia, ela começa a colocar ovos cerca de 24 horas depois de sugar o sangue do pet e pode chegar a colocar mais de 30 ovos por dia. Por isso é importante que produtos que eliminem pulgas tenham início de ação de forma rápida, para que impeçam que esses parasitas adultos consigam colocar mais ovos, aumentando a infestação em grandes proporções.

Me ajuda, Doutora!

Para acabar com esse problema é necessário que o tutor aposte na prevenção em dose dupla: limpeza do local em que o animal vive e a utilização de um produto contra as pulgas. “É importante ressaltar que a escolha desse produto faz toda a diferença. Por isso, nós profissionais sempre recomendamos aqueles que tenham rápida ação e longa duração, para que novos parasitas não se proliferem e para que os ciclos de vida de pulgas sejam interrompidos, eliminando não somente os parasitas adultos. A longa ação desses produtos evita o esquecimento por parte do tutor da administração contínua por pelo menos 3 meses, fato que acontece frequentemente com produtos de curta duração. Além disso, é preferível optar por produtos que podem auxiliar no tratamento de outras afecções como, por exemplo, a sarna otodécica e as verminoses intestinais”, ressalta Bárbara.

Dica da veterinária

A maioria dos felinos possuem dificuldade na utilização de medicamentos em comprimidos pela dificuldade de ingestão e isso pode dificultar a administração do produto. Mas, calma; se o seu felino faz parte desse grupo, aí vai uma dica valiosa da especialista: “Atualmente, podemos encontrar no mercado produto com aplicação transdermal, o que facilita a administração e garante proteção para o animal, o ambiente e a família”, finaliza.

Dores em gatos: saiba como identificar

Os gatos foram domesticados há cerca de 10 mil anos, mas ainda carregam o instinto dos seus antepassados, que viviam vulneráveis em florestas e precisavam demonstrar agilidade e força para não se tornarem alvo dos predadores. Por este motivo, mascarar os sinais que vão evidenciar um quadro de dor é a forma de defesa do felino não demonstrar fraqueza no ambiente em que vive. 

E como é possível identificar quando um gato está sentindo dor ou desconforto? A dica é ficar atento a qualquer mudança no comportamento do animal. A falta de apetite é um dos primeiros indicativos que o gato pode estar sentindo algum tipo de dor. Ficar quieto, se isolar, alterar hábitos alimentares e de higiene, também podem ser indícios de desconforto. A médica veterinária Alessandra Farias, explica: “Quando o gatinho que era amoroso já não gosta mais de receber carinho e fica mais agressivo ou quando perde o interesse de brincar, por exemplo, alguma coisa errada está acontecendo”. 

Dificuldades de locomoção, muitas vezes, estão relacionadas a doenças que causam inflamação nas articulações do gato e provocam dor.  Se perceber que o bichano tem dificuldade de saltar, subir e descer móveis, é possível que esteja sentindo algum tipo de incômodo.  É fundamental prestar atenção na rotina do animal e observar se os seus movimentos estão diferentes, como andar curvado ou mudar a posição de dormir. “A doença articular degenerativa (DAD), caracterizada pela degeneração e inflamação nas articulações, é a causa mais comum de dor crônica em gatos, prejudicando muito a qualidade de vida dele”, esclarece a veterinária.

Mudanças no ato de urinar também são importantes sinais de que algo não vai bem. Quando o gatinho vai até a caixa de areia e não consegue urinar ou urina em pouca quantidade ou em locais inapropriados, são indícios de uma provável cistite, inflamação na bexiga que pode causar obstrução da uretra e micção dolorosa. Alteração de apetite e aumento da sede podem estar relacionados a outros problemas renais, que geralmente provocam dor conforme o avanço da doença, mas que precisam de um diagnóstico mais precoce possível para o devido tratamento e acompanhamento.

A veterinária comenta ainda que, ao sentir dor, o bichano também pode apresentar perda de peso, depressão, se lamber excessivamente e ter sensibilidade ao ser tocado em determinada região do corpo e alerta que somente o médico veterinário é capacitado para fazer um diagnóstico, por meio de uma análise clínica e exames e, na sequência, direcionar o pet para o tratamento adequado e seguro.“O gatinho pode sentir dor ou desconforto por vários motivos e cada caso é um caso. Como nós seres humanos, os pets precisam passar por consultas veterinárias de forma periódica, porque também podem ser acometidos por doenças infecciosas, degenerativas, articulares, distúrbios gastrointestinais, doenças de pele, entre outras”, comenta.

Mais conforto aos pets

Além de conseguir identificar que algo não vai bem com o bichano, outro desafio para os tutores é medicá-los. Para isso, os medicamentos manipulados têm sido uma alternativa para facilitar o tratamento. “Formas farmacêuticas diferenciadas e manipuladas com o sabor de preferência do gato reduzem o estresse do animal, que geralmente não aceita comprimidos e tenta se defender no momento de ingerir a medicação. O filme oral, por exemplo, pode ser colocado no céu da boca, onde o medicamento é absorvido rapidamente. A pasta oral pode ser colocada na boca ou na pata do animal para ele lamber. E as caldas e molhos, colocados sobre a ração ou alimento úmido”, comenta a veterinária. “Mas vale ressaltar que qualquer diagnóstico e tratamento só podem ser indicados por um médico veterinário”, completa. 

Da redação

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