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'Asas', primeiro espetáculo da Cia. South Flavor, dança um olhar possível para os nossos tempos

Data: 20/06/2017

Crédito de imagem: Renata  Gordo

Serão duas apresentações, nos dias 20 e 21 de junho, no teatro Pedro Ivo com música ao vivo da Orquestra Acadêmica Florianópolis e Regional Choro. A verba arrecadada com o trabalho será destinada aos projetos sociais do Instituto Guga Kuerten.

E se a realidade fosse invertida? Ao invés da violência, o cuidado. Da exclusão, um forte abraço. Da falta de amor, amor que transborda no peito. E nesse cenário atual onde reinam as incertezas, os escândalos, os desgastes de crença, martelados dia a dia com total intensidade e rigor, que nos fazem pensar que não há mais jeito. Há o inverso. Na mesma proporção em que a vida é retratada com mínimo valor, que incham as estatísticas de rombos, furtos e terror, a cultura do medo pode - e deve - dar lugar ao seu extremo: coragem, leveza. A realidade é dada como fé na existência, basta a cada um cultivá-la na certeza do que é, no gesto. 

"Asas" é o primeiro espetáculo da Cia. South Flavor que dança esse outro lado do contexto, que faz vibrar outras narrativas possíveis, reais, corporais num espaçamento de tempo que não reprime, expande. As apresentações nos dias 20 e 21 de junho, às 20h, no Teatro Pedro Ivo, em Florianópolis, contam com som ao vivo da Orquestra Acadêmica UDESC e Regional Choro Ilhado. O repertório é composto por obras de Pixinguinha e Chico Buarque e seus clássicos do cancioneiro popular brasileiro. 

"Diante destas reflexões, escolhemos desenvolver uma antítese dramática, criticando o sentimento de desesperança gerado pela crise econômica e social vigentes, como forma de resistir, sem violência. Em “Asas”, optamos usufruir de uma linguagem plena de suavidade, em oposição às imagens de barbárie banalizadas pela mídia, presentes no cotidiano social contemporâneo. Através da expressão de nossa dança, a suspensão do tempo apresenta-se contrária à ansiedade regida pela sociedade pós-moderna, assim como o afeto e a segurança do convívio apresentam-se como o revés do abandono e da desconfiança", explica a diretora do trabalho, Elisa Schmidt. 

A paisagem corporal foi desenvolvida pelos bailarinos coreógrafos Gui Fant, Julia Milan, Elisa Schmidt e David Botellho, através de conexões entre as danças urbanas e o contato improvisação propostos na respectiva montagem dramatúrgica. A versão do espetáculo de 2017 é embasada na exploração de técnicas do Teatro de Sombras para composição da dança, com suas silhuetas performáticas desenvolvidas por César Rossi. O evento será beneficente e a verba destinada ao Instituto Guga Kuerten. 

Serviço:

Dia 20 e 21 de junho

Teatro Pedro Ivo

Valor do ingresso: R$20,00 inteira ou R$10,00 + 1 quilo de alimento não perecível